O mercado imobiliário brasileiro é bastante valorizado, e muita gente gosta de aprender um pouco mais sobre o setor, principalmente quem atua na área. Porém, como vivemos em um país extremamente burocrático, essa tarefa não é nada simples, especialmente após um período de grande variação na economia. Dentro desse contexto, aprender o que é o IGP-M e como o índice funciona para imóveis é fundamental para o trabalho de imobiliárias e corretores autônomos.
Provavelmente, você já ouviu falar sobre essa sigla, mas dificilmente compreende de verdade o seu conceito e qual é a influência sobre o preço de um aluguel ou de uma propriedade. Ficou curioso para aprender mais sobre o tema? Então, não deixe de conferir o post sobre IGP-M!
O que é IGP-M?
O IGP-M é um indicador muito importante para a nossa economia e para diversos setores, como o de imóveis. A sigla quer dizer Índice Geral de Preços do Mercado, e é calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ao final de cada ciclo de 30 dias, eles divulgam o resultado e o mercado se baseia nele para a tomada de diversas decisões.
Entre outras coisas, esse é o índice de referência usado para fazer os reajustes de aumento da energia elétrica e dos contratos de aluguel atualmente. O seu cálculo é feito levando em conta uma série de fatores e variáveis, que vão desde matérias-primas agrícolas até os produtos que são consumidos pelo comprador final na cidade grande.
Quando pensamos nos reajustes anuais das tarifas de locação, a base utilizada é o IGP-M acumulado em todo o ano anterior, e não apenas as taxas do mês escolhido para a efetivação da correção. Já nas transações de venda, o IGP-M só entra na correção de parcelas referentes às unidades prontas ou às parcelas que forem cobradas depois da finalização de uma construção, por exemplo.
O IGP-M foi concebido basicamente para ser uma medida compreensiva do quadro de movimentação de preços no país, englobando não apenas as atividades, mas também etapas distintas do processo produtivo, indicando mensalmente o nível de atividade econômica no Brasil.
Como funciona o IGP-M?
Como dissemos, o IGP-M corrige o valor dos aluguéis ou das parcelas no caso de uma aquisição. Mas esses cálculos são feitos de uma forma especial. É preciso ter em mente que o cálculo deste indicador considera diversos setores e vem de uma composição de valores que reúne diversas variáveis menores, das quais a principal é o IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado).
O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) também entra na equação, com uma participação um pouco menor. O período no qual é feito o levantamento desses dados compreende o dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. O indicador também faz uma medição do patamar de inflação do país.
Dessa forma, uma unidade na planta, por exemplo, tem a sua correção feita durante a obra por meio da aplicação de um índice como o CUB (Custo Unitário Básico) ou o INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Uma vez finalizado o empreendimento, o indexador passa a ser o IGP-M.
IGP-M 2017
Em 2017, o Índice Geral de Preços de Mercado, como um todo, teve uma queda de 52%, confirmando as expectativas de deflação, que ocorreu pela última vez em 2009. O número foi calculado com estimativas de 15 instituições financeiras e de consultorias, que apontaram uma alta de 0,90% no último mês de 2017.
IGP-M 2018
Em 2018, a tendência para os números do IGP-M é promissora. Na segunda prévia de fevereiro, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas, houve um aumento de 0,82% em fevereiro. Já no dado fechado em janeiro, houve um aumento de 0,76%, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas.
O que é IGP-M acumulado?
Você certamente já ouviu falar sobre o IGP-M acumulado, mas provavelmente não sabe o que é. Ele nada mais é do que a soma dos valores do IGP-M dos últimos 12 meses anteriores e é o indicador utilizado, como dissemos, para guiar os reajustes dos contratos de aluguel na data estipulada pelo contrato.
Quais são as diferenças e similaridades entre IGP-M e IPCA?
Embora ele seja o indexador mais utilizado, existem outros indicadores que podem ajudar a fazer o cálculo. O segundo mais conhecido, portanto, é o IPCA, que é calculado pelo IBGE. No entanto, reside uma crítica comum, pois muita gente fala que o órgão acaba maquiando a inflação real de acordo com os interesses do governo.
Como quem calcula o IGP-M é a Fundação Getúlio Vargas, que é uma universidade privada, conceituada e independente, isso torna o índice mais imparcial e confiável na prática.
A sigla IPCA quer dizer Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo e tem como intuito primordial a medição da inflação de pessoas com renda que se situa entre 1 e 40 salários mínimos. O cálculo é realizado apenas em algumas regiões metropolitanas de cidades como Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, entre outras.
A base do cálculo é feita de acordo com algumas categorias, como alimentos, bebidas, comunicação, despesas pessoais, educação, mercado imobiliário, saúde e transportes. É importante frisar que cada um desses fatores tem um peso diferente, e os maiores ficam com alimentação e gastos com transportes.
Utilizado pelo Banco Central do Brasil como o principal medidor de inflação, o IPCA serve como referência básica para que o governo monitore as suas metas de inflação anuais e, a partir disso, reforce ou realinhe as estratégias das suas políticas monetárias e demais medidas econômicas.
Que outros índices são utilizados?
Além do IGP-M e do IPCA, ainda existem alguns outros índices importantes que são comumente utilizados, embora com uma frequência menor. Entre eles, temos o IPC, que é o Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), uma instituição bastante renomada ligada à Universidade de São Paulo.
A medição ocorre na capital paulista com base em consumidores com renda entre 1 e 20 salários mínimos. Tradicional, ele começou a ser calculado no longínquo ano de 1939.
Também vale destacar o ICV, que é o Índice do Custo de Vida calculado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), um renomado organismo intersindical. Ele também usa como base o município de São Paulo e avalia o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 30 salários mínimos.
A importância da correção IGP-M no mercado imobiliário
O IGP-M é um fator que possui grande importância na economia do setor imobiliário, já que engloba índices que possuem relação direta com o setor, então, todo corretor deve levá-lo em consideração em seus investimentos. Os dados são utilizados em cálculos para o reajuste de aluguéis, compra e venda de imóveis no Brasil.
Em reajustes anuais de contratos de aluguel, temos o valor dos 12 meses do IGP-M acumulados, e não apenas a taxa singular do mês. Já no caso de vendas de propriedades, o valor só é cobrado em parcelas relativas às unidades prontas ou após as finalizações das construções.
Sendo assim, é muito importante ficar atualizado com a variação de números que ocorre frequentemente. Uma dica é ficar de olho nas informações divulgadas pela FGV.
E, então, entendeu mais sobre o IGP-M e os demais indicadores que são importantes para o mercado imobiliário? Se você gostou deste conteúdo, não deixe de conferir também o que um corretor precisa saber sobre o reajuste de aluguel!